segunda-feira, julho 08, 2013

ofegando na lateral direita

se eu parar pra pensar
levei um caldo

se não conseguir respirar a tempo
acabou-se tudo

sem febre nem fibra
a solução é a rima...

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Velhas Curvas

pensando em como não me incomodar tanto
ao final do dia, com devaneios sem norte
o trem chega, muita treta, sento por sorte.

está vazio uns lendo outros no celular
vai saber o porquê...
alguns mastigam (deve ser o dia)
conversas mudas - nunca muda

e o trilho faz as mesmas curvas de sempre...

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Preâmbulo

Tem sido difícil decifrar as nuances e variações da mente e coração. Não que seja algo desconhecido, longe disso. Mas de tão quente e próxima, ela me parece feita, pronta. De tanto conviver comigo, tudo parece desinteressar, mesmo sendo interessante naquele instante.
Parar pra pensar é deixar de viver, pois quando penso, já pensei. É como um camelo que nunca sente sede, como um cacto que aguenta firme a secura e o calor do tempo. Essa velocidade, toda frenética, me esquenta tamanha a fricção, e sinto-me desidratado em cada olhar, desviado ou não.
Parar pra pensar, pensar pra parar de pensar... não é fácil. Quando penso em parar, paro pra pensar naquilo que não importa, no voar de uma pomba ou no desenho das nuvens, nas coisas que mais gosto e que menos importam pro resto do mundo: sentir em pensar.
É impossível estagnar, e quando vejo meus nervos paralizando-se, por vontade própria, não penso em desistir. Penso apenas em parar de sentir, seja dor ou euforia, algo bem familiar, um prazer em não ser, o desligar das lâmpadas onde tudo acontece aqui dentro.
Um papo chato que só cabe a mim não resolver, mas aceitar e, quem sabe, continuar assim a viver.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

novo grão

o mar tem a sua história
os seus próprios movimentos.
faz de conta que vai lá
ou que vem aqui.

a poesia me parece uma loteria

quem sabe faz pra quem sabe tanto faz...

que diferença faz?

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

perquê

não nos interessa como
mas o por quê.
não faz diferença quem fez
mas a surpresa que causou.

somos ávidos por tudo
o que é novo
necessitamos da necessidade.
aspiramos pelo que a apiriedade
expira de nós.

somos feitos de nada
de matéria confusa
de um jeito disforme
absurdo e absoluto
diferente de tudo.

simplesmente
pra ser
diferentemente
de quem?

quedê o interruptor?

será que as trompas de falópio são a resposta praquilo?

deixo-me esta

será que as lágrimas de crocodilo valem toda essa perna?

cada qual com sua dimensão

a minha é estranha

ora diz sim!

ora, não!

maternidade

filhos da puta
somos todos
filhos da puta

você é a puta
eu sou a puta

somos todos filhos da puta!

sábado, fevereiro 13, 2010

puxe, puxe, empurre

a gente parece boneco de borracha
vai ali, faz aqui
todo mundo manda
mas ninguém faz valer
a voz da autoridade.

por que, afinal, ninguém pode.

eu vou até ali,
e ignoro o que senti.

é por essas e outras
que eu tô cagando e andando
e sofrendo, e pacientando.

deve ser por isso
que estes goles de white horse
me parecem tão importantes...
simples goles
que trasformam um mundo vil
em algo sombrio, sem fazer diferença
mas, ainda assim, ali fazendo:

espero o entendimento
de vossotros
estúpidos...
como eu... desgostoso
entojado.

em busca do sono tranquilo

o céu escurece
formam-se nuvens
será que chove?
é você quem escolhe.

todos, sem exceção
parecem-me estranhos
nem sei como explicar
mas são feios
destituídos de vida

ou de sei lá o que...

destituídos de pureza
pureza imunda

tudo tão simples e fácil
como dois e dois são quatro!

quem nos dera que fosse assim...

um gato faz o que quer
eu faço o que não quero

quem é feliz?
o ser que vive
ou aquele que diz:
foi eu quem fiz!

um outro carnaval

você são os mesmos
assim como o rio não é o mesmo
-não aquele de janeiro-
mas
aquele que passa
que leva
que nos faz pensar que
nunca, em nenhum lugar
as coisas são iguais.

sentado, olhando pra tv
pareço tranquilo
e a cabeça voa
bem perto de você
é diferente
é gostoso, não sei...

me sinto meio assim
sem saber o que sentir
a cabeça à toa
assim desse jeito... assim
porque penso em te levar
pra todos aqueles lugares
tão sinistros
pra nós desconhecidos.

tão simples
tão natural
inesperado
escrito
feito
dito
nós
eu...

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

reinvento

não adianta espernear
está tudo consumado

não adiantou desistir
foi tudo carbonizado

cinzas
vamos ao trabalho!